O pedido foi feito com o intuito de assumir um cargo na FIFA, mas, ao invés de aceitar a saída da funcionária, o mandatário da CBF decidiu transformá-la em diretora de patrimônio da entidade. A arquiteta, que estava na CBF em um cargo de destaque, alegou que sua tentativa de se transferir para a FIFA foi rejeitada, e que, em resposta, foi promovida a um novo cargo, mas com uma série de limitações e humilhações. De acordo com a advogada da arquiteta, a mudança de posição foi uma “jogada de marketing” por parte da CBF, visando “exibir” a profissional sem oferecer as condições necessárias para o sucesso de sua função.
A arquiteta passou a ser diretora de patrimônio da CBF, mas, segundo ela, foi vítima de “retaliações, esvaziamento de atribuições e todo tipo de humilhação”. Em sua nova função, ela afirmou ter enfrentado dificuldades e perseguições, um ambiente tóxico que, segundo ela, não condizia com as condições e responsabilidades exigidas pelo cargo.
Outro ponto de grande preocupação na denúncia da arquiteta diz respeito à disparidade salarial. A profissional afirmou que passou a receber menos da metade do salário de seu antecessor, algo que agrava ainda mais a situação e demonstra, segundo ela, um desrespeito em relação ao seu trabalho e à sua experiência.
O fato de o salário ser reduzido em comparação ao de seu antecessor, além de ser vista como uma forma de retaliação, também é um indicativo de desvalorização da arquiteta no novo cargo. Em uma função de liderança, como a de diretora, a diferença salarial pode ser interpretada como um sinal claro de desprezo pela competência da profissional, o que reforça a acusação de assédio moral.
A arquiteta não ficou calada diante do que considerou uma série de abusos em seu ambiente de trabalho. Atualmente, ela possui uma ação trabalhista em andamento contra a CBF, onde busca reparações por assédio moral, além de outras possíveis violações dos seus direitos trabalhistas. O processo pode ser um marco importante, pois a situação evidencia a relação de poder e os desafios enfrentados por profissionais mulheres, especialmente em um ambiente tradicionalmente dominado por homens, como o do futebol.
O assédio moral, descrito pela arquiteta, envolveu desde desqualificação pública até uma série de atitudes que enfraqueceram suas funções e responsabilidades na CBF. A acusação contra Ednaldo Rodrigues, que inclui a rejeição do pedido de demissão e a imposição de um novo cargo, coloca a CBF em uma posição delicada, já que a gestão de recursos humanos e o ambiente de trabalho dentro da entidade podem ser questionados por profissionais da área.